sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Texto: Queria que você ficasse



- Vou embora, Mário.
- De novo com essa conversa? Tulipa, você não se cansa? Se queres  tanto ir embora, porque não vai?
- Não quero discutir com você, MárioVocê me tem fácil demais.
- Pare com essa mania irritante e incessante de envolver músicas em nossas discussões.
- Elas merecem... Elas são as culpadas. A música, Mário! A música é a culpada! Disse Tulipa se exaltando.
- Ora, Tulipa! Você está tão preocupada com seus devaneios e em fazer um drama teatral no nosso término que sequer sabe quem culpa, ou o que culpa! PARE DE SE FAZER DE PATÉTICA. Você é mais forte do que isso.
                                                   
- Força é algo relativo, Alice Nunes tem essa força? Ela não transforma as brigas de vocês em música?  Alice Nunes não é patética?

Mário gelou. Talvez tenha ficado um pouco pálido. Suas mãos começaram a tremer e a suar. Ficaram em silêncio por alguns instantes. Tulipa se sentou na cama, colocou os braços com as mãos cruzadas no colo e olhou fixamente para frente. Seus olhos azuis estavam carregados de uma tristeza... Mário em um “mini surto” pensou que tinha mergulhado na tristeza que os compunha e deixado a tristeza de Tulipa lhe tomar conta.

- Não sei do que você está falando. Disse Mário tentando não dizer, disse tentando não magoar Tulipa.
- Você não precisa.
- Não preciso do que?
- De fingimento, Mário... Já basta o meu drama literário.
-Não sei o que dizer.
- Não diz nada.
- Queria que você ficasse.
- Adeus, Mário.


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