- Vou
embora, Mário.
- De novo
com essa conversa? Tulipa, você não se
cansa? Se queres tanto ir embora, porque
não vai?
- Não quero
discutir com você, Mário. Você me
tem fácil demais.
- Pare com
essa mania irritante e incessante de envolver músicas em nossas discussões.
- Elas
merecem... Elas são as culpadas. A música, Mário!
A música é a culpada! Disse Tulipa se exaltando.
- Ora, Tulipa! Você está tão preocupada com seus devaneios e em
fazer um drama teatral no nosso término que sequer sabe quem culpa, ou o que
culpa! PARE DE SE FAZER DE PATÉTICA. Você é mais forte do que isso.
- Força é
algo relativo, Alice Nunes tem essa força? Ela não
transforma as brigas de vocês em música?
Alice Nunes não é patética?
Mário gelou. Talvez tenha ficado um
pouco pálido. Suas mãos começaram a tremer e a suar. Ficaram em silêncio por
alguns instantes. Tulipa se sentou na
cama, colocou os braços com as mãos cruzadas no colo e olhou fixamente para
frente. Seus olhos azuis estavam carregados de uma tristeza... Mário em um
“mini surto” pensou que tinha mergulhado na tristeza que os compunha e deixado a tristeza de Tulipa lhe tomar conta.
- Não sei do
que você está falando. Disse Mário tentando
não dizer, disse tentando não
magoar Tulipa.
- Você não precisa.
- Não
preciso do que?
- De
fingimento, Mário... Já basta o meu
drama literário.
-Não sei o
que dizer.
- Não diz
nada.
- Queria que
você ficasse.
- Adeus, Mário.
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